domingo, 29 de julho de 2007

I`m like a bird...LLL

Rui Rocha

Queria poder voar em marcha atrás, para ver tudo aquilo em que não reparei, o que à pressa passei, e o que por estupidez ignorei. Quero voar contra o tempo... Esse, quem nada perdoa, para quem tudo voa, e não se quer se importa se magoa...
Agora, só me resta dar meia volta e lá passar de novo...
Será que vale a pena... O poeta diz que sim...
Cá para mim...tudo vale a pena quando se voa com a alma.
Se o vento ajudar, vou andando às voltas até ter visto tudo o que ainda quero ver...
Nesse enorme azul que é o tempo, certamente ainda haverá um meio tom guardado para estas asas que tanto desejam voar ao sabor da brisa da emoção...

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Partes - Opus II


Paraíso: Natureza Morta


Assim foi a minha segunda participação no projecto "Amantes da Celeste- Opus II" O meu trabalho "Paraíso: Natureza Morta" tenta ser uma outra visão ficcionada do que terá sido a vivência conjugal monotizante no paraíso. Será ou não a maçã a saída de emergência que foi utilizada conscientemente, neste caso por ele, noutros por ela. Será a perfeição, imperfeita? Será a perfeição obstaculizante da felicidade? Eu sei a resposta... Descubra a sua...

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Epicentro do terramoto

Rui Rocha
No meio está a virtude, mas é no centro que tudo começa...
O centro é a alma de todas as coisas...
O centro é por norma um ponto de equilibrio, talvez o mais fácil e também o mais lógico, mas é sem dúvida o mais recorrente. Centrar ao centro é banal e pouco creativo mas por vezes a vida é assim, redondante. Quantas vezes se dão voltas e voltas sem sair do mesmo lugar (do Centro portanto...)
O centro é sempre o melhor ponto de encontro. É no meio de dois extremos que melhor se chega à harmonia e ao consenso. A desgraça do centro é que é nele que reside o mal de todas as coisas, o centro é o nucleo, o nucleo é a vida e também a morte de toda a existência. O nucleo contém toda a energia suficiente para a sua total destruição, basta que alguém seja demasiado estúpido para não perceber o perigo de descentrar a alma da existência...
Estou concentrado...

No teu quarto ou no meu...

Rui Rocha
Sem comentários...

terça-feira, 3 de julho de 2007

A dança dos elefantes...

Rui Rocha

Pé ante pé vou saltando de nenufar em nenufar...
Porque os elefantes também sabem dançar, e não sabem apenas, destruir as lojas de porcelana por onde entram...

A leste do paraíso...

Rui Rocha
Porque será que hoje tudo se passa a leste do paraíso?
Os ideais onde estão?
As pessoas idealistas para onde fugiram?
Talvez, sejam refugiados de guerra, de uma guerra quase perdida.
Infelizmente o conceito ideal está descaracterizado, mascarado, invertido, hoje representa apenas o que se deseja...
Um ideal era algo dificil de se encontrar, era algo que traria um beneficio particular ou comum de excepção. A pessoa ideal era aquela quase inatíngivel, porque estava acima das outras e pelas suas ideias serem conceptualmente diferentes das comuns, geralmente sonhadora em prol da concretização de beneficios gerais e humanos. Ser-se idealista era quase um dom, era geralmente uma porta aberta para o futuro. As pessoas idealistas eram geralmente idolatradas pelas demais. Hoje o sonho caiu, desvaneceu-se, banalizou-se, perdeu a graça... Ter sonhos hoje é ser banal, todos temos sonhos, hoje todos temos de ter sonhos senão não somos normais, somos uns inúteis.
Tudo hoje tem de nos fazer sonhar, tudo é tão bom que nos faz sonhar sempre.
A vida hoje é tão fantástica, é o detergente para a roupa que nos faz sonhar com o tempo disponivel com que ficamos... é o automóvel supersónico que nos faz sonhar com a multidão de admiradoras que iremos ter... são os pontos no cartão acumulados que darão para realizar todos os sonhos imaginados... A vida tornou-se numa permanente produção "hollywoodesca". Tudo é tudo, e quem tem tudo é mais que os outros! É por causa desta pressão "sonhadora" que os idealista se refugiaram, hoje, aqui, estamos poucos, muito poucos mesmo, esta opressão que sentimos faz crescer em nós uma força maior, lutaremos contra o estado banal das coisas, pondo os nossos ideais a cima de outras coisas qualquer. O idealismo voltará a reinar. Cada um de nós voltará ao seu paraíso.

domingo, 1 de julho de 2007

Borboletas de uma vida...

Rui Rocha
Em tão belas asas eu vi,
cores e formas que jamais esqueci.
Na doçura da flor repousa,
alimenta-se, sem querer outra "cousa".
A borboleta efemera, feliz por um dia,
voa eternamente, como eu queria...
sonhando, me deixo voar,
parto para outro qualquer lugar,
sem que me façam parar,
pois o sonho vou alcançar.
Se por acaso não lá chegar,
é porque o sonho acabou de se realizar.